O palco está escuro. Ao fundo, um pano branco esticado. Nele, iniciam-se ínfimos movimentos. Primeiro ondulações, depois picadas que se lançam e procuram abrir buracos. As formas ganham corpo e circulam como gráficos, animando-se no ecrã ao ritmo de formas puras. Formas com aspeto de insetos (uma aranha gigante? um piolho? duas mandíbulas vivas que se deslocam como um caranguejo manco?), formas que circulam e se afundam em manchas de tinta num jogo de sombras chinesas. O rosto de uma estátua aparece, subitamente aflorado por um meteorito. Um grito. É uma mão, uma luva branca que afasta o pano como uma cortina, é uma rapariga, o braço levantado, a boca aberta, dá um grito sem voz, canta. Há qualquer coisa prateada a luzir, a rodar e a rebolar-se, qual meteorito em fusão que atravessa o universo.
TIAGO GUEDES
Direção e coreografia: Tiago Guedes
Interpretação: Francesca Bertozzi, Pietro Romani
Cenografia e figurinos: Catarina Saraiva
Sonoplastia: Sérgio Cruz
Música: Sérgio Cruz a partir da Sinfonia no1 em D Menor opus 13 de Rachmaninov
Desenho de luzes: Mafalda Oliveira e Tiago Guedes
Produção: Materiais Diversos
Coprodução: Le Vivat (Armentières), Centro de Pedagogia e Animação (CPA) do Centro Cultural de Belém (Lisboa), RE.AL (Lisboa)
Apoio: RE.AL, Atelier RE.AL
Agradecimentos: Filipe Galante
Projeto financiado por: Ministério da Cultura, Instituto das Artes
Classificação etária: M/6